Futricou Economia

A inclusão dos militares de última hora e o impacto menor nas áreas sociais do que o inicialmente previsto evidenciam a influência da ala política do governo.

O pacote de medidas fiscais anunciado nesta semana representa uma vitória para a ala política do governo, especialmente para ministros ligados ao PT, que conseguiram atenuar algumas das propostas que mais afetariam suas áreas. Entre as principais mudanças, estão a limitação do crescimento do salário mínimo, a restrição do abono salarial e o aumento de impostos para os chamados super-ricos — uma medida que visa financiar a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR).

O pacote inclui ainda uma limitação dos supersalários no serviço público, com listagem dos itens que poderão exceder o teto constitucional, e também prevê uma economia com a contratação de novos servidores.

Ainda que fustigado pelo mercado financeiro, o pacote tem a marca do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que recebeu o apoio público de boa parte do Congresso — incluindo os presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Mesmo com a demora na apresentação das medidas, o chefe da pasta foi visto como hábil ao conciliar interesses divergentes.

Por outro lado, alguns analistas avaliaram que ele teve de ceder a interesses político-eleitorais e foi alvo de muito “fogo amigo” ao longo do processo. Embora acenando à base petista com a isenção de IR, ele acabou comprando uma briga com agentes financeiros, que não esperam a combinação desse item junto do pacote de corte de gastos. O dólar encerrou essa sexta-feira (29/11) em alta de 0,19%, a R$ 6. A alta acumulada da semana chega a 3,79%, exibindo a resistência do mercado ao pacote.

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